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A resistência indígena urbana da vila de Maracanã ocupa o centro do palco no carnaval do Rio 2025, apesar das ameaças de despejo forçado e incêndio no carnaval

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A resistência indígena urbana da vila de Maracanã ocupa o centro do palco no carnaval do Rio 2025, apesar das ameaças de despejo forçado e incêndio no carnaval


Um banner exibindo o tema de carnaval de 2025 da Unidos de Bangu Samba School durante um ensaio de rua em Largo de Bangu, na zona oeste do Rio. Apesar de um incêndio em uma fábrica de roupas que destruiu 60% de suas fantasias, a Escola Samba levará ao sambadrome a história e a resistência de Aldeia Maracanã, um símbolo vivo da cultura e identidade indígenas no Rio de Janeiro. Foto: mídia social
Um banner exibindo o tema de carnaval de 2025 da Unidos de Bangu Samba School durante um ensaio de rua em Largo de Bangu, na zona oeste do Rio. Apesar de um incêndio em uma fábrica de roupas que destruiu 60% de suas fantasias, a Escola Samba levará ao sambadrome a história e a resistência de Aldeia Maracanã, um símbolo vivo da cultura e identidade indígenas no Rio de Janeiro. Foto: mídia social

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Em Aldeia Maracanã (Maracanã Village), uma vila indígena localizada ao lado do icônico estádio de futebol com o mesmo nome, vários esforços estão em andamento desde 2006 para resistir às pressões da especulação imobiliária, principalmente durante os preparativos para mega-eventos como a Copa do Mundo da FIFA de 2014 e os olímpicos do Rio 2014. Atualmente, 14 famílias vivem na vila, que também abriga o Universidade Indígena Multiétnica da Vila Maracanã (UIPAM). Além disso, a vila serve como um refúgio para os povos indígenas de outras regiões do país, que a consideram sua casa no Rio de Janeiro. Desde 2024a ameaça de despejo forçado ressurgiu com um Ordem de reintegração emitido pelo Tribunal Regional Federal da Segunda Região. Mais uma vez, o destino do apenas vila indígena no coração do Rio permanece incerto.

Antes dos mega eventos esportivos realizados no Rio em 2014 e 2016, a vila de Maracanã era pouco conhecida. A especulação imobiliária impulsionada por esses eventos fez da comunidade um alvo para despejos forçados. Em 2012, o governo do estado fez planos para Expanda o estacionamento na área. Em 2013, com o apoio da Força Nacional, os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o batalhão de choque da polícia militar invadiram o prédio que uma vez abrigou o Museu Indígena e removeu os povos indígenas Morando lá, temporariamente encerrando os anos de trabalho realizado por moradores e aliados liderando os esforços de resistência desde 2006.

Livros raros foram queimados e anos de trabalho foram destruídos com extrema brutalidade. Nesse mesmo ano, um grupo de povos indígenas que moravam na vila aceitou a proposta do então governador Sérgio Cabral para renovar o antigo edifício do museu indígena e mudou -se para Um complexo habitacional sob o Programa de Habitação Federal da Casa da Casa Vida. No entanto, nem todos os residentes indígenas aceitaram esta oferta. Para eles, a luta e a resistência permanecerem em seu território continuaram.

Em certo sentido, ao propondo a reforma do antigo edifício do museu indígena sem nunca realizá -lo, o governo continuou seu apagamento sistêmico de povos indígenascomo não tomou medidas nem mencionou nenhuma intenção de reconhecer a vila de Maracanã como território indígena. Agora, mais de uma década depois, essa continua sendo a realidade para o povo de diferentes grupos étnicos que vivem lá, que dependem da solidariedade de estudantes, pesquisadores, voluntários e grupos de defesa de direitos humanos que têm apoiado iniciativas no território.

Isso foi até junho de 2024, quando o juiz José Arthur Diniz Borges, do 8º Tribunal Federal do Rio de Janeiro, ordenou a reintegração da terra onde o antigo museu indígena uma vez se levantou, ao lado do complexo esportivo de Maracanã, retornando ao estado. O museu, agora um edifício em ruínas em um vasto pedaço de terra, está ocupado por anos por famílias indígenas de diferentes grupos étnicos que chamam a área de Maracanã. De acordo com o advogado Arão da Providênica, que representa os povos indígenas, o local é ocupado por representantes de povos nativos desde 2006, com autorização do governo federal, que anteriormente possuía a propriedade.

O advogado Arão da Providência afirma que a recente decisão judicial é a aplicação de uma sentença de anos. No entanto, ele afirma que há inconsistências no caso, e é por isso que ele apelou ao Tribunal de Justiça Superior (STJ) e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele argumenta que uma das questões -chave é o requisito de notificar todos os 23 líderes indígenas que moravam na área em 2013, o que não aconteceu; Muitos não estão mais na vila de Maracanã. Ele também ressalta que, no caso de 2013, o estado havia solicitado apenas a posse de parte da terra, cerca de 1.500 metros quadrados, e agora está buscando a posse de toda a área de 14.300 metros quadrados que abrange a vila de Maracanã.

Em uma declaração oficial, o governo do Estado do Rio de Janeiro afirmou que “está aguardando o prazo estabelecido pelo tribunal para tomar as medidas necessárias para a reintegração da propriedade”.

O chefe da vila Uutau Guajajararessalta a importância da vila de Maracanã como o único espaço restante de referência indígena na cidade de Rio de Janeiro – uma verdadeira pedra angular na luta contra o apagamento da memória e da cultura indígenas no Rio.

Chefe Uutau Guajajara, líder da vila de Maracanã. Foto: Polina Malinina
Chefe Uutau Guajajara, líder da vila de Maracanã. Foto: Polina Malinina

Várias atividades são realizadas continuamente no local, incluindo o ensino de idiomas Tupi, oficinas, gráficos indígenas tradicionais, vendas de artesanato, criação de animais, oficinas ancestrais e ações coletivas – ou Mutirãouma palavra portuguesa de origem tupi que significa trabalho comunitário – como o Muitiró “Quebrar o asfalto de corações e mentes”, que envolveu quebrar o asfalto para plantar sementes.

História de luta e resistência de Maracanã Village foi moldado em samba para o 2025 Carnaval. Esta luta ancestral inspirou os designers de carnaval Raphael Torres e Alexandre Rangeldo UNIDOS DE BANGU ESCOLA SAMBA– Um das escolas mais antigas e tradicionais do samba da cidade – para propor a vila de Maracanã como o tema de 2025 da escola. Com “Maraka’anandê Ancestral Resistância”, a escola mais antiga do Samba do Rio Zona oeste trará um vislumbre da luta diária dos povos indígenas da vila de Maracanã contra apagamento sistêmico para o Marquês de sapucaí sambadrome.

No final de janeiro, a escola de Samba registrou um segmento para TV Bandeirantes Apresentando membros da escola, moradores da aldeia e visitantes que vêm ao local para testemunhar a força e a resistência indígenas na cidade. O relatório reforça a escolha do tema de Bangu, mostrando um lugar rico em história e cultura, mas ainda pouco conhecido por muitos nativos de Rio.

https://www.youtube.com/watch?v=Y0AV1_ECA2W

No entanto, após meses de preparação e altas expectativas da comunidade de Bangu e do povo indígena da vila de Maracanã, um Fogo em uma fábrica de roupas destruído 60% dos trajes da Escola Samba. Menos de 20 dias antes do desfile no sambadrome, Maximus Factory– Onde as escolas da Samba Series da Gold Series constroem suas produções de carnaval – foram consumidas por chamas. Como resultado, Liga RJa organização responsável pelos desfiles da série Gold, decidiu que as escolas afetadas – Unidos de Bangu, IMPÉRIO SERRANOe Unidos da Ponte– seria classificado como Hors Concours. Isso significa que eles vão desfilar com os recursos restantes, sem competir no campeonato. Eles não enfrentarão o rebaixamento da Silver Series nem terão a chance de serem promovidos ao grupo especial neste carnaval. A decisão foi tomada para evitar mais danos às escolas afetadas pelo incêndio.

Apesar do incêndio e das tentativas de despejo forçado, a Unidos de Bangu e a Vila de Maracanã continuam resistindo!

A bandeira da Unidos de Bangu é comemorada na vila de Maracanã. Foto: Matheus Aleixo Brandão/Unidos de Bangu
A bandeira da Unidos de Bangu é comemorada na vila de Maracanã. Foto: Matheus Aleixo Brandão/Unidos de Bangu

Sobre o autor: Dayse Alves é um professor e um comunicador de base treinado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), nascido e criado em Duque de Caxias.


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