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Fuzil de fabricação argentina encontrado no arsenal de gangue de favela do Rio – MercoPress

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Fuzil de fabricação argentina encontrado no arsenal de gangue de favela do Rio – MercoPress


Fuzil de fabricação argentina é encontrado no arsenal de favela do Rio

Sexta-feira, 31 de outubro de 2025 – 10h29 UTC



O Comando Vermelho evoluiu para uma unidade paramilitar com um sistema de justiça paralelo para membros de gangues e moradores de favelas

Um rifle FAL de fabricação argentina foi encontrado no arsenal do Comando Vermelho (CV), apreendido em duas favelas do Rio de Janeiro após o ataque mortal em grande escala desta semana. Além disso, o brutal sistema de tortura da gangue foi exposto

O fuzil FAL (Fusil Automático Liviano), fabricado em Rosário, na Argentina, foi apreendido por funcionários da Coordenadoria de Inspeção de Armas e Explosivos (CFAE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O detetive Vinicius Domingos, chefe da unidade, confirmou a constatação.

Na lateral da arma está escrito claramente: “Fábrica militar de armas portáteis. Rosário. Indústria Argentina”, junto com o brasão do Exército Argentino e o selo de Fabricaciones Militares, dependência do Ministério da Defesa.

Fontes judiciais citadas pelo La Nación sugerem que o rifle pode pertencer a um lote de 43 armas e 2.500 peças de rifle roubadas há 14 anos do Batalhão 603 em Fray Luis Beltrán, Argentina, onde as autoridades têm lutado para rastrear as armas desaparecidas, que surgiram repetidamente em confrontos envolvendo gangues de traficantes no Paraguai e no Brasil.

Em 2011, a Polícia Federal brasileira encontrou um fuzil montado com peças da fábrica Rosário durante uma operação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo.

Durante os recentes confrontos, membros do Comando Vermelho foram observados vestindo uniformes militares, coletes à prova de balas e equipamentos táticos, alimentando especulações de que a megaorganização do tráfico de drogas atingiu o tamanho e a sofisticação operacional de um batalhão militar.

Uma investigação separada do Ministério Público do Rio de Janeiro expôs o brutal sistema disciplinar empregado pelo Comando Vermelho, que inclui tortura, execuções e castigos físicos extremos realizados nos chamados “tribunais de trânsito” nas comunidades que eles controlam.

O relatório, apresentado pelo Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado, detalha como a facção mantém a obediência e o controle territorial agindo como um sistema judicial paralelo.

A investigação encontrou gravações de áudio e vídeos mostrando métodos extremos de disciplina. Num exemplo, uma mulher foi alegadamente submersa numa banheira cheia de gelo como castigo por ser “perturbadora nas festas”.

Os “tribunais de trânsito”, que determinam o destino tanto dos membros das gangues quanto dos moradores, são supostamente coordenados por Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, conhecido como “BMW”, que também lidera o esquadrão de execução Equipe Sombra.

Outro vídeo apresentado como prova mostra um homem amarrado e amordaçado, sendo arrastado por um veículo pela rua até desmaiar.

Essas práticas, que também envolvem espancamentos físicos por parte de agentes como Fagner Campos Marinho, vulgo “Bafo”, são consideradas um sistema de “disciplina criminal” para impor regras e incutir medo.

O Ministério Público afirma que essas práticas de “controle social” visam “reafirmar o poder do Comando Vermelho sobre as favelas, substituindo a autoridade do Estado”. Os investigadores observam que a facção regista os acontecimentos para utilizar os vídeos como elemento dissuasor, tornando as provas cruciais para futuros processos criminais tanto contra os perpetradores como contra aqueles que dão as ordens.

Os relatórios destacam o desafio constante ao progresso judicial, muitas vezes dificultado pela falta de queixas e pelo risco extremo enfrentado por potenciais testemunhas.





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