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Setores produtivos do Brasil preocupados com Selic mantida em 15% — MercoPress

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Setores produtivos do Brasil preocupados com Selic mantida em 15% — MercoPress


Setores produtivos do Brasil preocupados com Selic mantida em 15%

Quinta-feira, 6 de novembro de 2025 – 10h51 UTC



Indústria, comércio e setores comerciais do Brasil criticaram a medida

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) decidiu na quarta-feira manter a taxa básica de juros Selic em 15% ao ano, o que atraiu rostos distantes entre a indústria, o comércio e os setores comerciais do país.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os juros elevados sufocam a atividade econômica e isolam o Brasil no cenário internacional, onde a maioria dos países já iniciou ciclos de redução. Em nota, o presidente da CNI, Ricardo Alban, disse que a continuidade de uma política monetária “excessivamente contracionista” é prejudicial ao país.

“A taxa Selic desacelerou a economia muito além do necessário, uma vez que a inflação está claramente em trajetória descendente. A taxa atual traz custos desnecessários, ameaçando o mercado de trabalho e o bem-estar da população”, disse Alban.

Pesquisa inédita da CNI mostra que 80% das empresas industriais apontam os juros como o principal obstáculo ao crédito de curto prazo, enquanto 71% consideram a taxa o maior obstáculo ao financiamento de longo prazo.

O setor da construção também manifestou preocupação. Em nota, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, disse que a taxa Selic elevada durante um longo período encarece o crédito imobiliário e inibe novos projetos.

“A construção é um dos setores mais sensíveis ao custo do crédito e à confiança do consumidor. Uma taxa Selic de 15% inviabiliza muitos projetos”, afirmou. Em outubro, a CBIC reduziu a previsão de crescimento do setor em 2025 de 2,3% para 1,3%, citando os impactos do ciclo prolongado de altas taxas de juros.

Os sindicatos também criticaram a decisão. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Setor Financeiro (Contraf-CUT), integrante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), cada aumento de ponto percentual na taxa Selic eleva os gastos públicos com juros da dívida em cerca de R$ 50 bilhões.

“Estamos falando de quase R$ 1 trilhão desviados para o rentismo, que poderiam ser investidos em saúde, educação e infraestrutura”, disse Juvandia Moreira, presidente da Contraf-CUT e vice-presidente da CUT.

A Força Sindical classificou o cenário como uma “era de juros exorbitantes”. Em nota, o presidente do sindicato, Miguel Torres, disse que a política do Banco Central compromete o consumo e a renda das famílias no final do ano.

As altas taxas de juros também têm atraído críticas do setor supermercadista. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS), o Brasil vai na contramão do resto do mundo, que reduz os juros. “Atualmente temos a segunda maior taxa de juro real do mundo, o que está a prejudicar os investimentos e o consumo das famílias e a perpetuar barreiras estruturais ao desenvolvimento”, afirmou o economista-chefe Felipe Queiroz.

Embora reconheça que os juros estão elevados, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) acredita que a política monetária responde a outros desafios. Segundo o economista da entidade, Ulisses Ruiz de Gamboa, a manutenção da taxa Selic reflete um cenário de inflação ainda acima da meta, apesar da desaceleração da atividade econômica e da valorização do real. “Esta situação, aliada à expansão fiscal, à resiliência do mercado de trabalho e às incertezas externas, justifica uma orientação monetária cautelosa”, explicou. (Fonte: Agência Brasil)





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