Violência contra crianças na Amazônia brasileira pior do que em outros lugares do país
Segundo o Ministério da Saúde, 94 mortes violentas de crianças e adolescentes indígenas foram registrados na Amazon legal no período 2021-2023
Um relatório divulgado quinta -feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostrou que crianças e adolescentes na Amazônia legal foram expostos a diferentes tipos de violência com particularidades relevantes em comparação com o restante do país sul -americano.
No estudo, com base em dados de 2021 a 2023, seis dos dez estados brasileiros com as maiores taxas de violência sexual contra crianças e adolescentes estavam na Amazônia legal. Durante esse período, a região registrou mais de 31.000 casos de estupro com vítimas de até 19 anos de idade, além de quase 3.000 mortes violentas intencionais na mesma faixa etária, descobriram a violência contra crianças e adolescentes na pesquisa da Amazônia.
Esses estados eram rondônia (com uma taxa de 234,2 casos por 100.000 crianças e adolescentes), Roraima (com uma taxa de 228,7), Mato Grosso (188.0), Pará (174,8), Tocantins (174,2) e Acre (163,7).
Na região, a taxa de estupro de crianças e adolescentes foi maior nos municípios localizados a até 150 quilômetros da fronteira brasileira (com uma taxa de 166,5 por 100.000 meninos e meninas) do que em cidades não-adotivas (136,8).
O relatório foi baseado em dados dos departamentos de segurança pública do estado em todo o país. A Amazônia legal, que abrange mais de 700 municípios em nove estados do bioma da Amazônia, tem taxas mais altas de violência sexual do que o resto do país, com 141,3 casos relatados por 100.000 crianças e adolescentes em 2023, 21,4% acima da média nacional de 116,4. Enquanto o Brasil viu um aumento de 12,5% nos relatos de estupro e estupro de indivíduos vulneráveis de 2021 para 2022, o aumento na região da Amazônia foi de 26,4%.
De acordo com a proteção da UNICEF contra o oficial de violência Nayana Lorena da Silva, as diferenças representavam um número maior de vítimas na Amazônia e uma porcentagem maior de casos na região. Na sua opinião, crianças e adolescentes na Amazônia legal estavam extremamente expostos a diferentes tipos de violência.
“Vivemos com níveis inaceitáveis de violência contra crianças e adolescentes. Em casos de estupro, há subnotificação significativa. Desigualdades étnicas e raciais e vulnerabilidade social na região, que possui conflitos territoriais, uma grande área de fronteira e uma alta incidência de crimes ambientais, criando todos os direitos de garantia de que os direitos de retenção de crianças, que devem ser abordadas, para garantir que os direitos de retenção de todos os direitos de segurança e de uma grande incidência para garantir que sejam abordados, para garantir que todos os direitos de segurança e de uma grande incidência sejam abordados para garantir que os direitos de retenção de todos os direitos de garantia e a certa incidência de crimes, que se referam a uma grande incidência, para garantir que todos os direitos de segurança e sejam abordados.
De acordo com Cauê Martins, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os resultados reforçam a importância de considerar as características específicas da região: taxas de mortes violentas intencionais nos municípios urbanos na Amazônia foram 31,9% maiores do que nos centros urbanos no resto do país.
Em relação ao homicídio intencional, feminicida, roubo seguido pela morte, lesão corporal seguida pela morte e mortes resultantes da intervenção policial, a Amazon legal também se destacou contra o resto do Brasil. Apesar de uma ligeira queda no número de mortes de crianças e adolescentes entre 2021 e 2023 (com 1.076 mortes em 2021 e 911 dois anos depois), adolescentes e jovens com idades entre 15 e 19 anos vivendo em centros urbanos foram 27% mais vulneráveis à violência letal que outros adolescentes da mesma idade.
A violência letal e sexual afeta meninos e meninas brancos, negros e indígenas de maneira diferente. Entre as vítimas de estupro na Amazônia, entre 2021 e 2023, 81% eram pretos e marrons e 2,6% eram indígenas. A taxa entre os negros foi de 45,8 casos por 100.000 crianças e adolescentes, mais alto do que entre os brancos, que era de 32,7. No resto do Brasil, a maior incidência de violência sexual foi registrada entre meninos e meninas brancas.
Em relação às mortes violentas, crianças negras e adolescentes na Amazônia legal foram três vezes mais expostos a esse tipo de violência do que os brancos, incluindo mortes resultantes da intervenção policial. No último caso, 91,8% das vítimas eram negras, enquanto 7,9% eram brancos e 0,3% eram indígenas. Somente em 2023, a taxa de crianças negras e adolescentes mortos por forças de segurança na região foi três vezes maior que a taxa entre os brancos (1,5 versus 0,5, respectivamente, por 100.000).
Essas desigualdades também afetam meninos e meninas indígenas. Segundo o Ministério da Saúde, 94 mortes violentas de crianças e adolescentes indígenas foram registrados na Amazônia legal no período 2021-2023. Além disso, os relatos de violência sexual contra crianças indígenas cresceram ainda mais do que a média regional, dobrando entre 2021 e 2023 (um aumento de 151%).
A região da Amazônia teve 10.125 casos relatados de abuso contra meninos e meninas entre 2021 e 2023 e, no último ano, também registrou uma taxa de incidência um pouco mais alta (52,9 por 100.000 crianças e adolescentes) do que o restante do Brasil (que era de 52 por 100.000). Em 2021 e 2022, a Amazon tinha números mais baixos que a média nacional.
Em 2023, o abuso foi comumente cometido por um membro da família (94,7%), dentro de casa (67,6%), e as vítimas eram geralmente meninas (52,1%), entre 5 e 9 anos de idade (35,2%) e preto (78,9%).
Nesse cenário, o UNICEF e o Fórum Brasileiro sobre Segurança Pública alertaram sobre a necessidade de governos e sociedade como um todo para abordar os diferentes tipos de violência contra meninos e meninas na Amazônia legal e em todo o Brasil. Para esse fim, eles emitiram uma série de recomendações, incluindo uma análise de violência personalizada e intervenções para as realidades sociais e geográficas únicas, enquanto aprimorava os registros da polícia e do sistema de saúde e investindo em monitoramento baseado em evidências.
Outras sugestões foram treinar profissionais focados em crianças-especialmente para trabalhar com comunidades indígenas e aumentar a responsabilidade pelo uso da força policial, especialmente em relação às mortes infantis.
As autoridades também devem enfrentar o racismo estrutural e as normas de gênero que obstruem a proteção à criança, além de reforçar a proteção ambiental e reprimir atividades ilegais.
O estudo coletou dados por meio de solicitações feitas sob a Lei de Acesso à Informação aos 27 Secretariates do Estado de Segurança Pública e/ou Defesa Social no Brasil. No caso da violência letal e sexual contra crianças indígenas, foram utilizados números do Ministério da Saúde, devido à maior quantidade de informações sobre a raça/etnia das vítimas no banco de dados da agência, especificamente seu sistema de informação de mortalidade (SIM) por mortes violentas intencionais e o sistema de informação notificável (sinan) por casos de violência sexual.
Desde 2023, o governo federal vem combatendo a exploração sexual de crianças e adolescentes na região da Amazônia através do plano da Amazônia: segurança e soberania. Os ministérios dos direitos humanos e da justiça estão trabalhando juntos nessas ações.
Caminhos seguros da Operação, que combate todos os tipos de violência contra crianças e adolescentes no país, registraram a prisão de 472 adultos e a apreensão de 147 menores com menos de 18 anos, além do resgate de 80 crianças e adolescentes entre 30 de abril e 15 de maio deste ano.
Mais de 45.000 agentes de segurança participaram da operação em 421 municípios, que envolveram a inspeção de mais de 8.000 locais e o questionamento de mais de 300.000 suspeitos. Durante esse período, a operação ajudou 2.200 vítimas. A polícia apreendeu 152 itens relacionados à pornografia infantil. (Fonte: Agencia Brasil)



