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Tradição, resistência e poder cultural no coração do Santo Amaro Favela [IMAGES] – RioonWatch

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Tradição, resistência e poder cultural no coração do Santo Amaro Favela [IMAGES] - RioonWatch


Equipe e dançarinos do João Danado Quadrilha Junina (Uma dança folclórica animada com raízes na dança da Praça Européia) Após uma apresentação no Arraiá do 2024, uma celebração do festival de junho na Tuiuti Favela, na zona norte do Rio. Foto: Suzane Mendes

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O Santo Amaro Favela está localizado no Rio de Janeiro’s Zona sulmais especificamente entre os bairros de Catete, Glóre Santa Teresa. Durante as primeiras horas de 7 de junho de 2025, a comunidade estava comemorando seu tradicional anual anual Festa Junina (Celebração de junho), quando o que deveria ter sido um momento alegre transformado em dor e indignação como violência policial tirou a vida de 24 anos Herus Guimarães Mendes e dezenas traumatizadas de crianças e outros residentes.

Diante da profunda desigualdade social e do desvalorização de vidas da favelao lutar pela justiça e a equidade permanece uma constante na favela.

Em 18 de junho, o Santo Amaro Quadrilha Junina se apresentou em homenagem a Herus, um morador assassinado por Bope [Special Operations Battalion] em 7 de junho, durante o tradicional Festa Junina da comunidade. Foto: Junina João Danado Archive
Em 18 de junho, o Santo Amaro Quadrilha Junina realizado em homenagem a Herus, um morador que foi assassinado por Bope [Special Operations Battalion] em 7 de junho durante o tradicional da comunidade Festa Junina. Foto: Junina João Danado Archive

A força para avançar vem da comunidade. Essas eram as palavras de Simone Rocha, atual presidente do Santo Amaro’s Quadrilha Juninadurante o desempenho do grupo em 18 de junho.

“À luz de tudo o que aconteceu, escolhemos prosseguir com essa performance – também a pedido de Mônica, a mãe de Herus. Pensamos em desistir, desmantelar o grupo, cancelar nossos compromissos. Mas isso não seria justo com a comunidade, quando os membros do grupo não seriam justos. – Simone Rocha

https://www.youtube.com/watch?v=bubjnlj7nnk

O Festa Junina No Santo Amaro Favela é uma tradição cultural que existe há décadas. A princípio, o Quadrilha Junina Não tinha um nome oficial, mas após uma votação, tornou -se João Danado (“Wicked Johnny” seria uma tradução divertida). Desde a década de 1980, João Danado tem sido um símbolo de resistência cultural, passada por gerações em Santo Amaro. Criado pelos moradores, o estilizado Quadilha destaca -se por seus figurinos e temas elaborados que celebram as artes e culturas do Brasil e do mundo. Além do entretenimento, o grupo apóia as empresas locais e cria oportunidades para crianças e jovens da comunidade.

O Quadrilha Junina, do Santo Amaro Favela, em 1989 - um dos primeiros já realizados na comunidade. Foto: Junina João Danado Archive
O Quadrilha Junina Do Santo Amaro Favela em 1989 – um dos primeiros já realizados na comunidade. Foto: Junina João Danado Archive

Entre 1989 e 1994, casais e dançarinos do sexo masculino representaram João Danado com coreografias ensaiadas e etapas bem definidas. Esses primeiros anos lançaram as bases para o legado do grupo, que, a partir de 1994, expandiu -se com a criação de João Danado Mirim – uma versão destinada a crianças da comunidade. Este novo ramo contribuiu para a preservação cultural das festividades e garantiu que a tradição fosse transmitida de geração em geração. Na mesma época, o Junina garantiu um espaço no campo da comunidade, onde as performances ainda são realizadas hoje, atraindo moradores e visitantes de todo o estado do Rio.

O grupo infantil em uma festa junina na Santo Amaro Favela nos anos 90. Foto: Junina João Danado Archive
O grupo infantil em um Festa Junina no Santo Amaro Favela nos anos 90. Foto: Junina João Danado Archive

1995 foi um momento crucial, quando a rede de suporte se expandiu, fornecendo recursos essenciais que abriram novas possibilidades de estruturas, figurinos e reconhecimento mais amplo do valor cultural de João Danado.

Desempenho no Santo Amaro Favela nos anos 90. Foto: Junina João Danado Archive
Desempenho no Santo Amaro Favela nos anos 90. Foto: Junina João Danado Archive

Em 1998, o Quadilha teve a chance de realizar seu sonho de se apresentar no tradicional e conhecido Arraiá do Rio, que na época era realizado no Marquês de sapucaí sambadrome. Foi um marco na jornada de João Danado – o grupo realizou “Pavão Misterioso” e venceu a competição.

Performance no festival de junho que costumava acontecer no Rio de Janeiro Sambadrome - o Arraiá do Rio - em 1998. Foto: Junina João Danado Archive
Performance no festival de junho que costumava acontecer no Rio de Janeiro Sambadrome – o Arraiá do Rio – em 1998. Foto: Junina João Danado Archive

De ensaios a performances, a comunidade permanece unida na promoção Junina cultura dentro e além de seu território. João Danado supera obstáculos para mostrar seu trabalho em vários Junina Eventos em todo o estado do Rio de Janeiro.

Performance no festival de junho que costumava acontecer no Rio de Janeiro Sambadrome - o Arraiá do Rio - em 1998. Foto: Junina João Danado Archive
Performance no festival de junho que costumava acontecer no Rio de Janeiro Sambadrome – o Arraiá do Rio – em 1998. Foto: Junina João Danado Archive

A equipe de apoio desempenha um papel essencial – desde o incentivo durante os ensaios até os figurinos e ajudem nos preparativos para as performances.

A equipe de apoio na apresentação de João Danado no Arraiá de 2024
A equipe de apoio na apresentação de João Danado no Arraiá de 2024 “A Roça é Nossa”, na favela de Manguinhos. Foto: Suzane Mendes

A equipe de João Danado é composta principalmente por famílias de Santo Amaro. É uma tradição intergeracional – as mães que dançaram nos anos 90 agora apóiam seus filhos e filhas na continuação de seu legado.

O suporte intergeracional é frequente e essencial no João Danado Quadrilha. Foto: Suzane Mendes
O suporte intergeracional é frequente e essencial no João Danado Quadilha. Foto: Suzane Mendes

O grupo também atrai jovens de diferentes gerações, que vêem a dança como uma forma de expressão e, no João Danado Quadilhauma representação de sua cultura local.

Encantado, as crianças assistem à apresentação de João Danado em 2024. Foto: Suzane Mendes
Encantado, as crianças assistem à apresentação de João Danado em 2024. Foto: Suzane Mendes

A riqueza da cultura periférica, muitas vezes desvalorizada, existe, resiste e persiste. Hoje, João Danado é muito mais que um grupo cultural. Simboliza afeto, respeito, cuidado, unidade e resistência coletiva na cultura popular. Quando perguntado o que Festa Junina e João Danado significam para eles, os moradores de Santo Amaro responderam com palavras como “cultura”, “história”, “lazer” e “comida tradicional” se destacaram.

Desempenho no 2024 Arraiá do tuiuti. Foto: Suzane Mendes
Desempenho no 2024 Arraiá do tuiuti. Foto: Suzane Mendes
Desempenho no 2024 Arraiá do tuiuti. Foto: Suzane Mendes
Desempenho no 2024 Arraiá do tuiuti. Foto: Suzane Mendes
Desempenho no 2024 Arraiá do tuiuti. Foto: Suzane Mendes
Desempenho no 2024 Arraiá do tuiuti. Foto: Suzane Mendes

Todo o movimento artístico nascido na favela através do Quadilha impacta a vida diária dos residentes ao longo do ano e oferece modelos positivos para gerações mais jovens.

Ensaio de coreografia na corte em Rua Pedro Américo, em Santo Amaro, em maio de 2025. Foto: Junina João Danado Archive
Ensaio de coreografia na corte em Rua Pedro Américo, em Santo Amaro, em maio de 2025. Foto: Junina João Danado Archive

Sobre o autor: Amanda Rocha é jornalista e pesquisadora cultural, com experiência em relatórios, redação e produção de eventos. Comprometido com os movimentos socioculturais, Rocha acredita na educação e na cultura como ferramentas para a transformação. Rocha voluntários no Love Santo Amaro Institute.

Sobre o autor: Nandara Mendes nasceu e foi criada no Santo Amaro Favela. Ela é formada em arquitetura e planejamento urbano pela Universidade Federal de Fluminense (UFF) e um mestrado em Estudos Urbanos e Planejamento pela Aalto University, Finlândia. Atualmente, Mendes está realizando pesquisas de doutorado em antropologia cultural na Universidade de Helsinque, concentrando-se na regeneração urbana por meio de métodos baseados em patrimônio. Mendes voluntários no Love Santo Amaro Institute.


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