Este artigo faz parte de uma série criada em parceria com o Centro de Estudos Brasileiros de Behner Stiefel na Universidade Estadual de San Diego, para produzir artigos para o Projeto Digital Brasil sobre justiça ambiental nas favelas para Rioonwatch.
O termo “saúde do rio” é usado por comunidades, pesquisadores e jornalistas ao falar sobre qualidade da água em todo o mundo. Mas A saúde do rio passa Avaliações técnicas dos níveis de poluição. Cada vez mais, a saúde do rio é pensada sistemicamente: como um rio flui, que espécies – e as pessoas – moram dentro e ao redor e quão bem isso pode se recuperar de danos? Assim como na saúde humana, os rios podem mostrar sinais de estresse, lutar para se recuperar após o trauma e até exigir tratamento.
Um grupo de pesquisadores do Reino Unido explora a idéia de “Riverkin”, mostrando isso Os rios saudáveis não são apenas vitais para garantir ecossistemas saudáveis e diversos, mas são essenciais para a saúde das comunidades humanas. Eles argumentam que a objetivação de rios tem sido prejudicial à saúde humana e que devemos nos reconectar em um parentesco com eles como comunidades indígenas sempre fizeram. Alguns lugares do mundo agora reconhecem e aplicam a personalidade dos corpos d’água, como em Lagoa de Mar Menor na Espanha.
“Gostaria de ver uma mudança na concepção científica do que é a saúde do rio para uma que atenda a todos esses critérios para a biodiversidade … mas também a possibilidade de sustentar esse relacionamento próspero com as pessoas ao seu redor e as pessoas que interagem com ela”. – Dra. Julia Martin-Orega
Com esse entendimento mais amplo, para explorar como é a saúde do rio no Rio de Janeiro, RioonWatch acompanhou uma turnê de uma semana pelos rios favela da cidade organizados pelo Rede Sustainable Favela Em junho de 2025, e entrevistou dois geógrafos que estudam as vias navegáveis urbanas da cidade e seu relacionamento com suas favelas. A condição das vias navegáveis da cidade é sombria: no Rio – onde os afluentes naturais são pavimentados e canalizados em toda a cidade – a saúde dos rios está diretamente relacionada à saúde de suas comunidades.
Os desafios da saúde do rio no Rio de Janeiro
De acordo com Instituto Trata Brasilquase metade da população do país, 100 milhões de pessoas, não tem acesso à coleta ou tratamento de esgotos no Brasil.
Adão Castro é um geógrafo nascido e criado no Rio Das Pedras Favela na zona oeste de Rio de Janeiro. Castro escreveu sua tese de mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no rio de sua comunidade, com o mesmo nome, e sua dissertação de doutorado no Rio Guanduque fornece água potável para a Grande Rio de Janeiro.
“Basta olhar para o que está acontecendo no Rio Das Pedras. O esgoto é coletado, mas é jogado direto no rio. Como chegamos aqui? Porque a sociedade está se distanciando de seus rios”. – Adão Castro
Ao lado de Castro, geógrafo Kessy Almeida é um membro do CONEXÕES RIOS O Project, dedicado à educação ambiental crítica e trabalha para reconectar as comunidades com seus rios locais por meio de atividades participativas em escolas públicas. Um doutorado Candidata em gestão e planejamento ambiental na UFRJ, ela explica que o conceito de saúde do rio está gradualmente se tornando compreendido no Brasil.
“Esse conceito de ‘saúde do rio’ já está muito bem estabelecido. Alguns geógrafos e geomorfologistas trabalharam muito com ele. No Brasil, ainda não é amplamente conhecido, mas há um número crescente de estudos no campo”. – Kessy Almeida

Almeida também participante Geomorfoque conduz a bacia hidrográfica em várias regiões do Brasil. Ela compartilha que sua experiência com esses dois grupos, um que se concentra na análise geoespacial, a outra sobre educação, a fez perceber que a questão da saúde do rio exige uma abordagem científica e baseada em políticas educacionais.
““[River health] refere -se à capacidade de um rio de desempenhar suas funções naturais: não apenas o fluxo de água, mas [supporting] todo o seu ecossistema circundante. Isso inclui a sustentação da biodiversidade (animais e vida vegetal), regulação do fluxo de sedimentos, fornecimento de água e também apoio a atividades culturais, recreativas e econômicas. A River Health está diretamente ligada à saúde do ecossistema e, finalmente, à saúde humana também. ” – Kessy Almeida
Hoje, a maior parte do Rio de Janeiro foi desconectada das funções naturais dos muitos rios que correm por toda a cidade. A maioria das pessoas veio ver rios como canais de esgoto.
“Em comunidades mais pobres, esses rios canalizados são frequentemente referidos como valõesa [derogatory] termo comumente usado no Rio para descrever lugares onde o esgoto e o lixo são despejados. Quando as pessoas dizem: ‘Não há rio aqui, apenas um Valão‘O que eles significam é que o rio foi degradado em um depósito de esgoto. ” – Kessy Almeida
A pesquisa de Castro descreve como os rios do Rio passaram a servir como um canal para doenças.
“Here, in a scenario of rain… if the river rises just a bit, it already reaches the houses. As a result, it floods. And that water brings a lot of problems. Many diseases: leptospirosis, leishmaniasis, hepatitis. And Rio das Pedras, within the context of the city of Rio de Janeiro, is one of the favelas with the highest number of waterborne diseases.” – Adão Castro

Segundo Almeida, mudar essa perspectiva nas mentes dos moradores é o primeiro passo para resolver o problema.
“Se a sociedade vê rios como lixões, é assim que eles os tratam. E como podemos imaginar uma sociedade saudável quando seus rios estão doentes? Quando eles não conseguem desempenhar suas funções naturais e ecológicas? É uma rua de mão dupla: um rio doente reflete uma sociedade doente e uma sociedade saudável depende de um rio saudável”. – Kessy Almeida
O desafio não é particular para as favelas da cidade, embora sejam as áreas mais impactadas. Os rios doentes do Rio de Janeiro comprometem a saúde de todos.
““[This is the situation] em muitas partes da cidade. Mesmo em bairros formais, mais velhos e mais estabelecidos. Mesmo em distritos de classe média. Veja o rio Maracanã, por exemplo. Você não encontrará tanto lixo lá, mas ainda é um fortemente poluído [channeled and exposed] rio.” – Adão Castro

Curso de reversão: como reconstruir nossa conexão com os rios no Rio de Janeiro
Qual é a solução? Tanto Castro quanto Almeida destacam as maneiras pelas quais as comunidades indígenas brasileiras veem seu parentesco com as hidrovias e a necessidade de aprender com elas para promover conversas sobre a saúde do rio no Rio.
“Os povos indígenas no Brasil não podem imaginar a vida sem rios. Um rio é como um pai ou um membro.” – Adão Castro

Infelizmente, a mercantilização de rios ocorreu através da colonização portuguesa do país.
“As comunidades indígenas tinham um relacionamento profundo e inseparável com os rios. Com a colonização veio o período de apropriação. Os colonizadores, portugueses e outros, viam rios como meio de produção de cana -de -açúcar, irrigação e operações de moinho. Então, as operações de água e o uso de água e o uso de água e o uso de água e a água é que a água e o uso de água e o uso de água e o uso de água e o uso de água e o uso de água e o uso de água e o uso de água e o uso da água e o uso de água e o uso de água e o uso de água e o uso de água e o uso do rio e o uso do rio e o uso do rio. prejudicial nisso. ” – Adão Castro
A Almeida destaca os desafios que o atual sistema econômico predominante do mundo representa para manter as relações ecológicas.
“Nossa sociedade capitalista tende a separar os seres humanos da natureza, transformando a natureza em uma coleção de objetos ou recursos. Mas as comunidades tradicionais veem a natureza de maneira diferente … é relacional: a natureza é onde você pega sua comida, onde joga, onde ora.” – Kessy Almeida
Em Equador e Nova ZelândiaRivers recebeu a personalidade legal, uma designação que fortalece o relacionamento humano com Rivers.
“Se olharmos para o que está sendo feito no exterior, alguns países, como o Equador, já estão pensando nos direitos ambientais de uma maneira mais avançada. Eles reconheceram os direitos da natureza e até concederam à personalidade legal aos rios para garantir sua proteção. Internacionalmente, a Nova Zelândia é um exemplo poderoso. Eles concederam a personalidade legal do rio Whanganui, em parceria com o povo Maori. Esse reconhecimento afirma o rio como sujeito com direitos. Esse é um modelo com o qual podemos aprender. ” – Kessy Almeida
De acordo com Almeida e Castro, existem etapas claras que pesquisadores, formuladores de políticas e membros da comunidade podem tomar no Rio de Janeiro para proteger seus rios.
“Acho que há dois caminhos à frente. Um não é tão esperançoso: é o caminho da negligência contínua e da destruição de nossos rios e ecossistemas. Mas como pesquisador e geógrafo, acredito de outra maneira: a educação pode nos guiar um caminho diferente e melhor”. – Kessy Almeida
Grande parte do trabalho educacional que ocorre atualmente em relação aos rios da cidade é liderado por grupos comunitáriosAssim, organizações não-governamentaisAssim, universidade e grupos de pesquisa e alguns órgãos públicos.
Segundo Almeida, o trabalho educacional realizado por esses grupos, embora não seja uma solução científica ‘típica’ para o problema, é a ferramenta mais poderosa para começar a pensar sobre a saúde do rio.
“Se a educação estiver alinhada com a ciência, com o diálogo para construir políticas públicas e com respeito ao conhecimento e comunidades tradicionais, acredito que podemos reconstruir a conexão entre a sociedade e nossos rios”. – Kessy Almeida
Almeida descreve como a educação é um caminho para a formulação de políticas, que pode então consagrar os direitos dos rios e suas comunidades dependentes.
“Começa com os direitos básicos: o direito à habitação, a um ambiente saudável e às políticas que [are responsive to constituent’s voices]. Começa com as universidades envolvidas com as comunidades locais e a construção dessas pontes. ” – Kessy Almeida
Finalmente, ela enfatiza que as necessidades não podem ser atendidas sem saber o que são, o que requer outro componente: ouvir.
“O primeiro passo é ouvir: os rios, as pessoas e as necessidades exclusivas de cada lugar. Não podemos ter soluções de cima para baixo. Justiça, ambiental e social, requer participação real.” – Kessy Almeida
![O-que-e-a-saude-do-rio-Explorando-os-rios.jpg O que é a saúde do rio? Explorando os rios do Rio de Janeiro e sua conexão com a saúde humana [REFERENCE] - RioonWatch](https://cityportal.com.br/wp-content/uploads/2025/08/O-que-e-a-saude-do-rio-Explorando-os-rios-640x272.jpg)


